ANTÔNIO CLEOPLAS DA SILVA , conhecido popularmente por “TOTÔ
JACINTO”, nasceu na Fazenda Boqueirão, município de Nova Cruz, no dia 9 de
abril de 1887. Teve uma vida acima de tudo, de trabalho duro. Primeiro na
agricultura, ajudando o pai, o coronel Jacinto Januário. Depois, comprando e
vendendo algodão, ouro branco da época.
O personagem do “resgatando a memória” é o Senhor Antônio
Cleopas da Silva, conhecido em toda região por Totô Jacinto. Depois de ter
passado por Araruna-PB, onde casou com MARIA QUEIROZ TORROES, conhecida por
DONZINHA, uma moça pobre, mas, bem criada. Totô retornou à Nova Cruz e tocou a
vida no campo e no comércio. Com as economias teve condições de comprar a
fazenda Umbuzeiro de Cima, e lá fincou raízes trabalhando na agricultura,
negociando com algodão e gado de corte.
Totô de Jacino era muito amigo da família Lula, outro
personagem que marcou época na cidade de Nova Cruz.
Nas eleições do dia 21 de março de 1948, Totô Jacinto decidiu
ser candidato a prefeito de Nova Cruz, pela sigla da UDN, fazendo chapa com o
senhor Adauto de Carvalho. Lula Moreira e outros udenistas da época.
Foi uma campanha acirrada, pois o candidato do outro lado era
o seu genro, LAURO ARRUDA CÂMARA, um jovem cheio de vontade e que levou a praça
pública a tradição e o prestígio, de seu pai, o senhor ANTÔNIO ARRUDA CÂMARA,
ex-prefeito de Nova Cruz.
Totô Jacinto não foi eleito, porém, seu candidato a vice, o
senhor Adauto de Carvalho, foi eleito vice-prefeito, tendo em vista que na
época, o vice era também eleito, o qual tomou posse em 01 de maio de 1948 e no
dia 03 de outubro de 1950, assumiu a prefeitura, tendo em vista que Lauro
Arruda foi eleito deputado estadual.
Totô Jacinto era um trabalhador inveterado, sempre tinha
alguma coisa para fazer, gostava de se alimentar bem e jogar baralho nas horas
de folga, Sempre frequentava as feiras de Nova Cruz e as de São José de Campestre. Em Campestre tinha
cadeira cativa no hotel de VEIO LOURO. Certa vez, Totô Jacinto estava sentado
em um banquinho fazendo um pagamento, e foi confundido por um cambista do jogo
do bicho ”Seu Zé, bote cinco mil réis na cobra”, disse o desavidado jogador.
O seu esporte preferido era vaquejada, nos finais de semana
na fazenda Umbuzeiro, onde reunia vários amigos no alpendre da casa grande. Sempre
fumando cigarros deliciosos, um tipo pular na época. Homem sisudo, de palavra.
Totô divertia as pessoas contado histórias de sua juventude, quando vendia
cachaça no lombo de burros.
Ele dedicou sua vida inteira aos municípios de São José de
Campestre e Nova Cruz, onde morreu no ano de 1969.
FONTE – LIVRO NOVA CRUZ – RETRATO DE UMA HISTÓRIA, DE PEDRO
MARINHO DA SILVA